Tradução e Prefácio : Eric Nepomuceno.
Editora : Best Bolso.
Edição : 10ª.
Livro físico.
Páginas : 137.
*Minhas impressões :
Aqui temos uma história de fantasmas ! Um dos filhos de Pedro Páramo para cumprir o prometido para a sua mãe no leito de morte dela , foi para o povoado de Media Luna , cidade fictícia ! , para se encontrar com o seu pai e acaba dando de cara com uma cidade , um povoado , um vilarejo deserto, solitário, abandonado ! Mas, algumas "pessoas " vão surgindo e depois, nos damos conta de que se trata de pessoas que já morreram !
Esse livro faz uma dura crítica a sociedade ! É o padre que só celebra certas cerimônias religiosas se acaso obter uma ajuda financeira para algumas despesas da paróquia ! É o coronel , o dono de terras que faz as próprias leis e que se casa com a moça de melhor renda , dote ! É a mulher que se deita com qualquer homem por mero prazer e por aí vai !
Confesso que não gostei desse livro ! Também , pudera ! , Gabriel García Márquez bebeu nessa fonte e escreveu o famoso romance "Cem Anos de Solidão " e eu não gostei desse romance , considerei=o chato por causa dos personagens terem o mesmo nome com o passar das gerações numa mesma família ! Diante disso, eu deveria prever que eu não iria me simpatizar, me sentir abraçada, envolvida por essa história de Juan Rulfo, um famoso escritor mexicano que inspirou alguns escritores contemporâneos famosos e se eternizou na literatura clássica mexicana escrevendo , criando apenas dois romances e , ao todo , deixando menos de 500 páginas escritas !!!
Na verdade, gostei mais de ler o prefácio desse livro do que ler o próprio livro ! Parece deboche , contudo , não o é ! Fiquei estupefata diante da importância desse escritor mexicano !
Talvez , um dia, na tentativa de passar a gostar dessa história , eu irei relê-la ! Talvez. Mesmo porque , são apenas 137 páginas !
Quero deixar aqui um dos muitos trechos que eu destaquei durante a minha leitura do mesmo :
""O que ela está dizendo , Juan Preciado ?
- Diz que ela escondia os pés entre as pernas dele. Seus pés gelados como pedras frias e que ali se esquentavam como num forno onde se doura o pão. Diz que ele mordia seus pés dizendo a ela que eram como pão dourado no forno. Que dormia encolhida , metendo-se dentro dele , perdida no nada aque o sentir que sua carne se quebrava, que se abria como um sulco aberto por um prego ardoroso, depois morno, depois doce , dando golpes duros contra sua carne macia; mergulhando e mergulhando , até o gemido. Mas que a morte dele tinha doído ainda mais. Isso é o que ela diz.
- Ela está se referindo a quem ?
- A alguém que morreu antes dela , na certa.
- Mas quem será ? "
(Livro físico; página 112 de 137 ) "
* * *
Admirei a escrita poética de Juan Rulfo ! Como um típico capricorniano, ele é profundo , intenso e não brinca quando se propõe a fazer algo. Normal.
De 01 a 05 , dou nota 02 porque não me senti envolvida pela história e que Juan , onde ele estiver ! , me perdoe por isso.
Guaratinguetá , Abril de 2025.
Juan Rulfo (1917 - 1986 ; 69 anos de idade ) nasceu em Sayula ,
no estado de Jalisco, no México. Em 1945 seus primeiros contos foram publicados em revistas , mas foi a partir de "Pedro Páramo " que alcançou prestígio e passou a ser considerado um dos mais celebrados escritores de língua espanhola. Em 1970 recebeu o Prêmio Nacional de Literatura do México, e em 1983, o Prêmio Príncipe de Astúrias , na Espanha. Em 1991 foi criado o Prêmio Juan Rulfo , que condecora grandes nomes da literatura latino-americana.
(Informações do próprio livro )